Por Socorro Trindade ( minha mãe)
Nada mais sábio do que qualquer ditado
popular, a exemplo: “Se conselho fosse bom não se dava, vendia”, o qual vem a
calhar para o que desejo compartilhar com vocês, nesse momento.
Hoje, especialmente,
relembrei dos alimentos que provei algum dia (alface, mostarda e azeite) ou não
provei de jeito nenhum (rúcula) e os coloquei na lista dos sem graça, de
péssimo sabor ou aquele sem chance de comê-lo, respectivamente. Hoje por
restrição médica comecei a prestar mais atenção nas informações alimentares de
uma maneira geral. E pra meu espanto assistindo a um programa de televisão, vi
uma receita de salada de alface e rúcula, tudo junto e misturado. Mas, a grande
sacada era como prepará-la, ou seja, picando bem picadinho a alface e a rúcula
e regando-as com mel, mostarda e azeite. A nutricionista do programa explicava,
naquela ocasião, que o sabor dos alimentos modifica a partir da maneira como é
preparada. Provei e aprovei. Que
gostoso!
A partir dessa
simples vivência, o meu contentamento foi descobrir o quanto, às vezes, somos
tão radicais em não darmos espaço à criatividade. Esta que também nos
possibilita resgatar um bom reencontro com a nossa
infância podendo nos remeter a um saber fazer com os nossos limites de sempre. E
também possibilitar uma particular, singular e doce lembrança regada à farinha,
a açúcar, à banana e especialmente a mel. O que me fez lembrar duas crianças
conversando. A primeira criança falava que odiava lanchar farinha com açúcar e
a segunda dizia que também odiava, e a segunda então sugeri: - “Você que tem
banana e açúcar em casa, pega o açúcar e derrete que vira mel, e aí joga na
banana e come. É gostoso!”. Essa segunda criança era eu.
Hoje, devido às
minhas restrições alimentares e tantas outras que nos impede de fazer nossas
escolhas preferidas vejo que a grande sacada, na verdade, é poder criar e
reinventar, dar chance ao novo, ao desejo chamado CRIATIVIDADE.
Bom apetite na mesa, na cama e na vida!