Arte é ser!!!

 Não podemos fugir de quem somos.

Eu achava que podia, mas não posso. 

Se algo está em nós, é provável que siga conosco durante todo nosso caminho.

Quem somos só some quando morremos, e há controvérsias.

Desde criança sempre gostei de arte: Cinema, escultura, pintura, teatro, livro... Com o tempo fui adquirindo algumas habilidades: pintar porcelana aos 16 anos, quadros aos 18, fotografar e escrever livro aos vinte e poucos, contracenar aos vinte e tantos, beirando os 30, e depois parei. Parei com tudo. Parei de lançar livros, tirar fotos, pintar quadros e porcelanas, subir no palco... Eu achava que a arte tinha morrido dentro de mim, achava que não podia fazer mais isso. Achava que tudo que já tinha feito não significava nada.

Fiquei tão mal, que depois de muito tempo sem análise, voltei às sessões. Minha analista  me conhece desde que Tales nasceu. Eu tinha 17 anos.  Naquele período pintava quadros. E numa época fiquei sem grana pra pagar as consultas e ela disse que aceitaria receber uma obra minha como pagamento. A pintura era um amigo de infância: O Rafa. Ele dava tchau por uma janela olhando pra uma linda paisagem cheia de cores... Foi o pagamento.

Quando voltei pra ela com essa crise enorme do que faria da vida aos 30 e poucos anos (muitos anos após a última consulta), ela me escutou. E no final da sessão, quando eu já estava na porta, ela apontou para a parede e falou: ¬ " Lembra?" Quando olhei... Meu quadro... Prendi as lágrimas. Tanto tempo e meu quadro ali... Já em casa, chorei muito... Chorei porque eu estava no lugar certo, na hora certa. E isso é tão raro. A arte começou naquele momento a acordar, meio sonolenta, incerta, mas acordando em

mim.

Pouco tempo depois reencontro uma grande amiga artista, Dani Pessoa e conversando falamos de um texto infantil que eu havia escrito pros meus filhos, baseado numa história de vida minha, ela achou lindo e falou que adoraria desenhar as ilustrações. Livro com forma. Aos poucos sendo editado e em breve será lançado. Mais um passo mostrando que a arte ainda continua em mim...

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Antes de ontem,  falando com um velho amigo da faculdade, o Jornalista Igor Maciel, ele me lembrou de uma parceria que fizemos em 2004. Uma exposição onde eu fotografei e ele escreveu os textos poéticos relacionados aos quadros. A exposição foi um sucesso na época. Saiu na coluna social e tudo. Ele resolveu fazer cópias das fotos, moldurar e presentear à mãe dele. Ela adorou o presente e colocou no consultório dela por vários anos. No começo deste ano, depois de mais de dez anos, ela resolveu mudar a decoração. Tirou os quadros e levou pra casa. Com menos de dois meses a decoração voltou a ser a mesma... Os quadros que antes ganharam vida naquele espaço acabaram voltando a pedido dos pacientes que sentiram falta das “lindas imagens e textos”. Fiquei tão comovida com aquilo! E comentei com Igor que andava meio parada, caminhando aos poucos. E ficamos de pensar numa nova exposição. Uma internacional, que pegasse a Europa e o Brasil. Vai ser lindo. Sinto isso.

E por fim, vinha escrevendo muito pouco no meu blog, tudo solto... Até que minhas queridas amigas e companheiras de profissão Raquel Rocha e Mariana Lira começaram a me propor desafios para escrevermos sobre um mesmo tema, mas com óticas diferentes. Surgiu então um novo layout pro blog e uma nova página no face pra extensão dele.  E muitas ideias pra expor.

Ela estava dormindo, mas acordou!!! VIVA!!! Estou feliz.

“ A arte existe para não morremos com a realidade” Nietzsche.